sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Desfecho (Carnaval III de III)

Nem tenta
me ungir com água benta,
ou sugerir banho em ervas;
a vida (minha) que tanto prezas
já se afogou em pesadelo.

Toda noite imploro pra não vê-lo
em sonho;
(onde eu deveria estar seguro)
logo suponho:

este deve ser meu fim.

Mas que graça teria se a gente só morresse?
Não, temos que chorar desesperadamente
por horas,
por dias,
pelo janeiro inteiro,
até não restar nada,
só um corpo com a corda enrolada
no pescoço,
suspenso,
sem vida.

E é só o que me falta.