quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Fim de Todas As Coisas

Nota: A inspiração deste poema foi a música 'The End Of All Things', da banda Panic! At The Disco. Está tudo tão... confuso.

Favor não matar meus sorrisos
em tua memória.
Guarde-os como jóias
pois pertencem só a ti.

Disse adeus porque te quero...
bem.

Te disse adeus porque sei
que cansou de se remendar
de todas minhas idas e vindas.
E não quero brincar com sua vida.

Não me mereces.
Mal posso atender tuas preces.
E quando entristeces,
eu não me importo.

Eu,
preso em um amor presente
somente
quando deitava em teu corpo quente,
e a carne simples mente.

Nem todos me aplaudirão,
mas estava em tuas mãos,
e não era teu.

Então fico à mercê do vento,
assim:


Duro por fora e mole por dentro.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Desassossego

Se vivesse só de flores,
Eu seria um deserto.
Campo morto, algo perto
De pedaços de concreto

Se todo cheiro me fosse
De manhãs azuis, água doce,
Morreria sufocado, entalado,
Mil gritos presos
Como pensamentos, mil pesos

Se visse, em cada momento,
Motivo pra ser feliz,
Conheceria do mundo, apenas
O lado tão arco-íris
E não sentiria as penas
Para escrever poesias gris.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Último Verso

Odeio a criatividade
Que vem acompanhada
- Quanta maldade -
De tanta tristeza.

E em verdade,
A vida traz, com tal destreza,
Um tapa na cara;
A dor na carne
Que dói na alma.

Soa o alarme de incêndio, não corro:
Morro só
E minha vida é um compêndio
De um compêndio
De um compêndio.

Ai, que dó!
Morrem sempre e todos sós.
Eu não, sou mais um Sol
Nessa canção de voz
E violão,
Nesse mundo tão...

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Melhor Amigo

Nota: Todos temos um amigo importante que talvez tenha nos deixado por escolha própria. Eu sinceramente só quero que fique tudo bem.

Noites em claro pelas ruas,
perdemos a conta de tantas luas que vimos.
Embora opostos, tortos, porcos
e também sem muitas fotos,
éramos devotos
a algo que já sabíamos o fim.

Não, talvez nem o mais pessimista saberia.

Um dia, víamos a olho nu a melhora de um
e o sofrimento do outro.
Consequências do único sopro
de uma noite fria
e tão vazia
quanto o corpo daquele.

Tantas histórias e tantos planos,
tantos anos pela frente.
O orgulho não teve pena da gente.
É o que você chama de 'força',
faz que seu braço não torça,
e acaba por lhe deixar seguro.

Um acontecimento quase público,
o perdão súbito
e um presente único,
mascarado de um problema
tu quis sair só.

E espero que não se encontre assim.

Te desejo sorte em teu caminho.
Espero que nunca te sintas sozinho
e encontre gente melhor do que eu sou.
Guardarei os segredos que a mim confiou
e até os que não contou.
Embora que sem mim tenhas conseguido,
fico feliz por ti, amigo.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Desabafo em Escalas de Cinza

Tom de sépia para a vida, por favor
Quero a minha bem velha e moída,
Meu senhor
E se junto a ela puder trazer uma flor
Que já esteja bem murcha e sem odor

Pois não desejo nem vou sentir perfume
E se alguém quiser fumar, então que fume
Já que nem mesmo a fumaça vai subir
Tal qual o fogo
da rosa em seu cume

E pode mesmo até achar que é mania
Fazer poesia durante a agonia
É que me falta um tanto de sabedoria
Pra colocar na minha vida:
Harmonia.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Comunicado

Àqueles que aqui estão
e também aos que virão:
talvez eu não tenha mais coração.
Talvez eu lhes deixe, abandone
como um fantasma que sempre some,
mas não significa que eu não os ame,
e antes que reclamem,
já fiz todos os exames,
passei por vários vexames
e enxames.
Peço que me chames
sempre que de mim precisar,
porque eu sei que sou só o h
que complementa seu alfabeto.
Só saibam que o amor isolado
é tempo desperdiçado
pois amor guardado
é tão aproveitado
quanto o sol
num dia nublado

Estou em hiato
até que testem em ratos
e me apresentem fatos
de que o amor tem cura.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

30/06/2014, 23h46min

Nota: Incrível como julho passou rápido. Esqueci desta nota no meu celular, e mesmo um mês depois, me sinto como se tivesse escrito este poema hoje. 

É como dizem:
Nada dura.
Sou o que vaga por sua rua escura,
uma doença sem cura.
Um vulto solitário em um mundo de luzes
carregando suas próprias cruzes.

Um morto que respira
E enquanto o mundo gira,
ele fica pior.
Mais só.

Quem dera eu
ter pele de cobra
ter alegrias de sobra
como eles.

Limpe a morte que deixou pra trás
e esqueça os demais
porque tu és só o rapaz
que morreu e não encontra paz.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ternura

Boa Vista, 30 de março de 2014, 11:37h.

Nota: eu adoro esta foto, e não é porque são dois dos meus melhores amigos, mas mostra o quanto o amor é bom de ser admirado, e se tivermos sorte, vivido.

A noite não é tão escura
quando o dia é claro,
este tão raro
quanto o bom senso.
Penso:
O que será esse amor que ele tanto anseia?
Será eu caminhão demais pra pouca areia?

Não.

Talvez só não seja pra mim.
Procuro por um fim
em algo que não pode acabar.
Talvez a vida seja tão previsível
quanto rimas no infinitivo,
e sou só o poeta
que com o pouco se afeta
e faz de tudo pra mudar.

Mas o vigor ainda está
em andar por um lugar
e respirar ares ternurosos,
cada cochicho sorridente
mostra alegria de quem sente
a calmaria.

Só um coração partido
reconhece um inteiro,
e o amor é um caloteiro
que a gente adora esperar.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tristeza

Hoje tua dor é motivo de piada.
Risadas.
E já não podes nem contar contigo mesmo.

O café quente
é o único que preenche
tua garganta fria.
Tu és poeta e procura moradia
com tua quase extinta sanidade.
Então vagas pela cidade,
andando pelas ruas,
clamando por chuva.

Mas não adianta
gritar por amores que não são teus,
ou sonhar que um dia serás Romeu.
A solidão forte o torna,
mas poesia muda de forma
junto a boca que a declama
e assim é com quem realmente ama.

Tristeza de verdade
não tem prazo de validade,
mas sempre vence.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Aos Amantes

Levanto.
De acordo com o que dizem,
era pra eu estar melhor.
Vejo meu rosto no espelho,
no cadarço dou um nó.
Saio pelo portão, que antes trancado
fingia segurança.
E enquanto meu corpo avança
meus olhos contemplam o perfeito:
Um dia nublado.

Num clima favorável para os amores
Um ser caminha com suas dores.
E na cabeça pensa como todos estão bem-
acompanhados ou não.

Sentir o calor de outra mão na sua,
sair de mãos dadas na rua
como se fosse nossa,
dizer "eu te quero" da maneira mais grossa,
puxar a cadeira para a moça bonita,
Ver o moço e fazer uma visita ao paraíso,
dividir crenças, pesos, medos,
guardar segredos bobos,
tratar o velho como novo,
fazer nada e ainda assim se sentir no topo do mundo!
Tudo isso somente em um segundo.

Posso estar sendo afoito,
mas nem cheguei aos dezoito
e já me sinto um saco de cicatrizes
cercado por atores e atrizes.
E o tempo,
tão traiçoeiro quanto um melhor amigo,
deve ter desistido junto comigo.

Um recado aos meus amigos amantes:
Esqueçam o que veio antes
porque o amanhã é solitário.
E eu sou só um otário
que um dia foi feliz
por ser amado.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Remédios

Erros.
Alguns causam enterros,
criam canções,
inspiram corações
ou apenas os matam
tirando o mais importante:
a vontade de bater.

E a gente fica assim
achando que é o fim,
que continuar é impossível
meio morto e meio vivo.
Procurando um lugar
para a cabeça encostar.

Os amigos? Eles até entendem,
mas não sentem.
"Poderia ser pior"
"Tempestade num copo d'água"
Então a gente sofre só,
ninguém liga para sua mágoa.

E no ato final:
consciência.
Eles nunca entenderão.
Estar sozinho na solidão
é a razão de tudo!
E no fundo
só precisamos de nós mesmos.
Então finalmente entendes
que o álcool,
o palco,
as telas,
as velas,
o dia,
a poesia
e os tédios
são só remédios
que nos fazem companhia.  

domingo, 1 de junho de 2014

Anjos Não Caem

De saudade partilhada
Coisa etérea e passageira
Dos amores mal curados
Amores não amados
E sonhos não dormidos
Sonos mal sonhados
Curativo pra coração partido
Dores abertas
Feridas podres fechadas
Daquele ombro que se precisa quando chora
Da tampa pra fechar a caixa de pandora
Alma fria e trancada

Do caminho ido
Vivido e envolto

Pra todo mal nascido
Criado e executado
Nasce um anjo dentro do amigo
Pra criar beleza onde não há flores
E executar todas as suas dores.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Coração Aberto

Não sofro mais por ti.
Já disse tudo que podia ser dito
e escrevi tudo que podia ser bonito
abri meu coração, e por azar
você não quis entrar.

Assim como existem dias escuros
existem noites claras
e nada melhor que versos puros
pra curar a tristeza que deixaras.

Mas agora falando sério
não pregarei um fátuo evangelho
mas é melhor que continuemos amigos
pra algo mais eu não sirvo.
Tenho meu trabalho e gente que me acompanha
quero que saibas, sem nenhuma manha
que não saberás mais de mim
porém não é um fim
porque nem começou
e hoje não procuro mais por amor.

Pela primeira vez não preciso de alguém
e hoje posso dizer: eu estou bem.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Meio (...) e Fim

Ah! moça, se tu soubesses
O cheiro daquelas rosas
Não teria as jogado
Na rua, embaixo de rodas

Ah! quarto, que me abriga
Nas noites que penso nela
Olho daqui da janela
E guardo tudo em ti

Ah! livros, com tantas marcas
De lágrimas derramadas
Deviam me odiar
Por ser assim tão cruel

Ah! calos, sob meus pés
Prometo não maltratá-los
Correndo atrás daquilo
Que nunca vou conseguir

Ah! morte, vem me pegar
Já passa da minha hora
Pois nunca hei de cumprir
Promessas lá de outrora

Agora que lá me vou
Na barca deste Inferno
Estarás sempre comigo
Pois aqui o teu fel carrego

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Poema que Eu Não Quero Que Você Leia

Dizes que está bem
Que não precisas disso
Mas teu sorriso, tão convidativo
Não me permite desistir

Não quero que saibas que morro
toda vez que falas comigo
então calado eu fico
e deixo esfriar a conversa
pra não ter nenhuma pressa
e confessar meus sentimentos
já públicos, porém ignorados
não cultivados
atrasados
passados
errados

Te dar amor
Não como nos filmes
ou como um partidor de corações
deve ser tarefa de outro.
'solto', tu deves estar feliz
Há quem diz
que o forte é o que está só
Então segues teu rumo
enquanto tristeza fumo
meio irritadiço
eu não quero que leias isso.

Já que tu só queres minha amizade
me mate sem piedade

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Tormenta de mágoas

Igualmente desnorteado
Segues tu, perdido
Dos caminhos já trilhados
Com o coração partido.

Deveras deslocado
Desloca-se da trilha
Para um mundo paralelo,
Isolado numa ilha.

Foge da realidade.
Que o mundo é assim cruel
Engana as almas boas
Usando máscaras ou alegorias
Como é da morte o véu

Transborda um mar de sentimento
Tempestua como o vento
E brada:
Eu não aguento esse tormento

E chora a narrativa de uma vida
Até que dorme sem saber que o dia
Vem logo
E cedo traz a calmaria.

sábado, 26 de abril de 2014

Conformidade

Olhos fechados
pra tanto desperdício
Se apegas ao fim
mas não quer um início
Não sinto dor
desconforto, porém
então só escrevo
pra não atacar ninguém.
Mas eu te entendo
o coração endureceu.
E talvez esteja
tão machucado
quanto o meu.

domingo, 20 de abril de 2014

Poema de Domingo a um Amigo

Nas tempestades
e em suas fases
a melhor verdade
é o som que fazes
quando um sorriso invade
teu rosto grave

Graças a ti
a rima não fica vazia
a poesia não me abandona
E não há como retribuir
a não ser com um poema cafona
pra ser lido às pressas em qualquer dia.

Sofres da pior doença:
orgulho ferido.
Me desculpe amigo,
mas se ficaste mal
tão fácil assim
Não quero ficar
pra ver o final



(mentira, eu quero sim.)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Apaixonado

Um poeta que poeta para o céu
Talvez eu só seja isso
riscando o inocente papel
tentando me curar de um vício

Das pernas dos precisos as
aos pingos dos fechados is
tento em cada verso caprichar,
escrever pra você me deixa feliz

Talvez você nem leia
poemas não fazem seu tipo
em seu deserto, sou um grão de areia
e mesmo sem ser o mais bonito
por teu corpo, meu corpo anseia.  

terça-feira, 8 de abril de 2014

Acorrentado

Depois da cena,
este poema
nasceu.

É uma pena.
teu coração
querer voar
mas não sai do chão.
Pegue a chave,
abra a grade
que tu mesmo impôs
mas depois
se arrependeu,
se rendeu
e se deu
ao que os outros dirão.

O corpo frio
queima sem aquecer
e antes do alvorecer
já estará vazio.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chove

Chove
e inunda o coração
e a mente de coisas sem razão.

Chove
e põe em duvida a resistência
desse muro,
das carências
de coisas triviais
que nem quero mais.

Chove
e imagino o depois.
Na verdade, clamo por isso:
O final
Dessa tempestade emocional.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Amor Urbano

Nota: eu tenho um defeito muito grande que é tomar a dor dos meus amigos. Quando um tá sofrendo de dor de cotovelo, eu junto a dor dele como a minha e sai poemas como esse. 
Obs: fiz uma pequena citação de um trecho da música 'Love', da banda Daughter. Espero que não se importem.

A temporada de choros acabou
Veja só minha janela, o seu céu passou
Você foi embora e assim deixou
Eu e meu coração de homem
mas as nuvens nunca somem
num céu tempestuoso
bem, eu errei de novo.

A noite cai como eu caio na cama
procurando um refúgio
do pequeno dilúvio
do olho que por ti clama

Uma pergunta me atravessa como bala.
como cada cada palavra que tu falas.
Como viverei sem ti?
eu não quero sentir
o que sentirei quando souber
que outro(a) te tocou.
Prefiro acreditar que me trocou
do que me deixou.

"Ela fez teu coração bater mais forte do que eu pude?
Ela te deu tudo o que você esperava?
Em noites sem amor eu espero que se sinta bem
Sabendo o quanto eu te adorei."

Você não me deve nada.
Não dê ouvidos a este choro leviano.
Era só mais um amor urbano
que polui a atmosfera


dos poetas.

domingo, 30 de março de 2014

Dá Voltas

Quanto a essa vida,
Só o que nos resta é
Esperar essa vida,
Só o que nos resta é
Esperar morrer

E eu que de tanto morrer
E eu que de tanto querer acabei
Que de tanto querer acabei
Vivendo até que acabei
Vivendo até os duzentos

Sofrendo até os duzentos
Sofrendo até a esquina
Dobrando a próxima esquina
Em direção à próxima esquina
Em direção à padaria mais esquina
Padaria mais próxima

É só atravessar a padaria
É só atravessar a rua
Que eu revivo a rua
Que eu revivo aquilo
Que eu vivi aquilo
Que eu vivi há anos...
Muitos anos...

Mas o que passou não anos
Mas o que passou não volta
E o meu destino é volta
O meu destino é dor

De ver essa dor
De ver essa rua
Brincadeiras de rua
Brincadeiras de criança

Agora de criança
Agora abandonada
Cheia de abandonada
Cheia de muito nada

Vivo esse muito nada
Vivo esse vão imenso
Feito por um vão imenso
Feito por um querer imenso
Por um querer maluco

Queria um querer maluco
Queria um querer intenso
Que de tanto que eu
Queria um querer intenso
Que de tanto que eu busquei
Hoje não sei se busquei
Hoje não sei se vivi
Correndo atrás do vivi
Correndo atrás do impossível

Consegui atrás do impossível
Consegui o que eu tanto queria
E agora o que eu tanto queria
E agora eu tô preso aqui
Chorando eu tô preso aqui
Chorando esse carrossel

Imortal.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Poema do Sofrimento

Nota: Que dores que não saram sejam menos corriqueiras que boas ações! Dedicado a um amigo que sofre calado.

Eu não quero conforto.
Prefiro estar morto do que amando.
Sofro porque a mando dele,
eu morri.

Eu não quero que se importem.
Eu sempre choro por dentro
quando perguntam se estou bem.
Por favor, me deixem sozinho
enquanto definho em minha própria dor.

Então você me diz: "Pare!
você é páreo para isso,
Desencosta da parede e senta do meu lado.
Eu vou esperar até que sare
e aí decidimos o início
de algo que te desfaça do passado."

Mas eu não quero conforto.
Prefiro estar morto do que amando.
Vou dar vez à razão,
vou me virar do avesso.
Ele tomou meu coração
e agora eu pago o preço.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Máscara

Quando a máscara estiver caindo
Me avisa pra eu ir saindo
E não ver tua verdadeira face.

De falácias já estou cheio
Cansei desse recreio,
Mas te ignoro com classe.

Nesse baile de máscaras
Eu não danço as tuas mentiras.
Desconheço as tuas caras.

Se te olho atentamente, vejo
Que não usas apenas máscara,
E sim, fantasia o corpo inteiro.

Revolta

Poderia usar qualquer rima repetida
para mostrar toda angústia da minha vida
Poderia simplesmente vomitar palavras e vende-las
ou colocar a culpa nas estrelas.
Compreensão não se conquista
Se dá.
Será
que as preocupações deixarão que eu exista?
que eu estarei vivo até a consulta no dentista?
que as gentilezas que paguei à vista
farão diferença para o legista   
que abrirá só mais um na lista    
que até o coração desistiu?

Lave as mãos e deixa a água levar.
Com a alma mais leve que a mais volátil química          
Eu ouço sua fala sínica
Bem, vamos deixar como está.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A Decepção

E eu aqui, agora
Com fome, com frio e com sede
Não tenho mais nada que me faça bem
Apenas, Apenas lembranças...

De dentro de mim afora
Vê-se um mundo de confeite
Não tenho mais nada, nem ninguém
Somente, somente lembranças...

O desconsolo em meu corpo mora
Já fez festa, até banquete
Tenho uma palavra que mantém
Permanentes minhas lembranças...

A vergonha, minha senhora,
Ouve meus reais falsetes
Mas ninguém sabe o que tem
(Sozinho eu) nas minhas lembranças...

segunda-feira, 10 de março de 2014

Com 17 anos

Mesmo que vontade eu tenha
E seja muita
E tenha tempo e disposição
E queira combater o mundo
Encontro um problema:
A intolerância é um vírus
Que se espalha no ar
E sufoca a multidão.

Por isso me escondo,
Rastejo,
Moro em buracos.
Me alimentos de palavras
E pensamentos.
Por isso eu grito poemas.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Poema de Amor II

Quando a gente ouve pedras
de quem a gente arrisca a pele,
só há duas possibilidades:
ou é você
ou é ele.

Porém, (in)felizmente eu amo.
E é um amor além de poesia
do começo ao fim do dia

daqueles que vão da adolescência
ao fim da incoerência

Que destrói o objeto
e busca o correto

Que supera queda
a falta da verba
a dor da pedra
que ele jogou


quarta-feira, 5 de março de 2014

Amor em tempo de carnaval.

Peguei o celular
E te mandei mensagem.
                    
- Amor? – Eu chamei
E ela respondeu: - Se é amor, eu já não sei.
Pensei: me lasquei!
- Agora quer amor, mas ontem tava pulando o Carnaval!
- Ela bradou. - E sem o meu aval.

Aí eu despertei.

Corri pra casa dela
Pro modo de eu me explicar.
Que no Carnaval eu só fui,
Fui mesmo foi para dançar.

E as passistas, as pipocas
Só ficavam se babando
Porque mole mesmo eu não tava dando.

E quando vinham pro meu lado, na surdina
Eu voava no confete
Esperto feito serpentina.

Conheço da filosofia de Marcio Vitor
E sei que se tu fica comigo é porque gosta
Pois nem tenho carro e nem tenho teto
Por isso: HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ no lepo lepo.

Abstrato

Quando o vermelho da tua alma
se vestir do verde-verdade
Saberás que a mentira
só adiou tua saudade

Te perdi entre meus dedos
já não consigo mais te achar
O mais obscuro dos meus medos
começou hoje na cama
quando não tinha por que levantar

Dizer coisas bonitas
não faz diabo virar anjo
vive uma vida de esbanjo
mas o coração vazio
tá só
e batendo



e só.

Dicionário

Nós somos palavras
Desenhadas, desditas,
Ditas até demais

Inventadas, encaixadas,
Sobrepostas, nas entrelinhas,
Somos palavras lindas...

Técnicas, infantis,
Estrangeiras, vis,
Em quaisquer lugares

Palavras aos sete mares...

Quarta feira em cinzas.

Jogado no chão do quarto
Com o som ligado
Mas nem escuto o que toca
Fechado: eu e a porta.
Sinto-me um pouco abatido
A hora não passa e a alegria tarda.
Da tristeza só espero que parta
Nesse dia mais cinzas que quarta.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Músicas

Hoje cultuamos desrespeito.
Desse jeito seu coração ferido
é engolido no meio de tanta ignorância.
Não sabem a importância de um choro
Eficaz como um soro a um enfermo
Não mais preso a um meio termo.

domingo, 2 de março de 2014

Goteira de saudade

Saudade que pinga
O dia inteiro
E de noite
Se derrama
No travesseiro
E incomoda
E dói
O desperdício
De amar
Em exagero.

Desespero.

sábado, 1 de março de 2014

Nós E Nada Mais*

fui teu alicerce em tempos ruins
foi assim, pra mim, algo inesquecível
teus passos desgastantes quase ao fim
de tanto me doerem, foram combustível

em ritmo lento, o nosso ritmo
- íntimo e em estado crítico -
me trancafiou e se acelerou
depois de um dois momentos místicos

a nossa história aqui não jaz
pois tantas coisas boas tu me traz
interferir ninguém será capaz
pois desde sempre, somos tais:
nós e nada mais.

*A ela.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Guerra

Bombas surgiam no chão
E silenciosamente se explodiam.
O cenário alternava entre apocalíptico e alegre.
Um melancólico tom doentio.
As cores se misturavam:
O verde do gramado
E o vermelho da destruição.

Eu corria desnorteado.

Chegando a um lugar de calmaria
Encontrei uma mulher.
Ainda tentava me recompor.

Ao seu lado eu deitava
Quando ela então me seduzia.
Eu deixava.

Percorreu meu corpo com sua boca.
- Boca vermelha sangue -
Ela estava quase louca:
Ofegava.
Como quem foge d'uma gangue.

Atacamos um ao outro:

Eu atirava balas de prazer
Ela se explodia.

Ela terremoto
E eu desequilibrado tremia.

(Cessar fogo)

Ao fim da guerra
Dois corpos no chão
Se encontravam
Em missão de paz.

O sonho se desfazia.
Aos poucos eu acordava
E te perdia.
Você da cama se levantava:

E partia.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Meu amor

Amor, pode entrar.
Só abaixa a cabeça
porque o teto é baixo
mas o que sinto é vasto
e talvez esse cresça
só de você estar aqui.

Amor, pode deitar.
Mas não tem cama
então encosta aqui no braço
que eu arrumo um espaço
te coloco um pijama
e te ponho pra dormir.

Meu amor, vamos acordar.
O dia tá lindo
Ainda mais com teu sorriso
e teus olhos de Elíseos.
Então vá se vestindo
pois temos de partir.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Poema do Amor Novo

Nota: Voltando à rotina, me pego inspirado por como essa história se desenvolveu. Amores vão e vem, mas você ficou.

Tudo é tão estranho
quando o mar está calmo
em águas de tormenta
quem não quer, inventa
e foi o que paramos de fazer

Ondas que nos arrastavam
hoje se tornaram o leito
onde nossos lábios se encontram
mesmo ambos sendo contra
a marca do amor no peito

E teus olhos movem o mundo
Olhos que um dia chorou tempestades
Mas hoje se fecha com um sorriso bobo
Com o mesmo de sempre, nada novo
Apenas com a certeza da verdade

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Delirando saudade

Aqui, na solidão desse quarto escuro
Apenas faltas se fazem presentes.
Abro a porta e a saudade entra
Me agarra e me beija um beijo carente.

O ar fica pesado e o tempo meio nublado
O coração já acelerava
E doía uma dor poética
Que cortava e cicatrizava.

Surpreso, tento me afastar
- Mas ela veio preparada -
Acendeu a luz e se mostrou:
Lingerie vermelha e rendada.

Diante daquela tentação que era a saudade
Que sem permissão alguma me atacava
Cedi á tortura e fomos pra cama.
Um sexo frio, que congelava.

Mas de repente algo esquentou.
E a saudade simplesmente evaporou.
Mas ela só de fininho saía
Porque o amor é camarada
E você, na garupa, ele trazia
.
Quando no quarto você entrou
Foi como se um lápis de cor,
Com toda a sua graça,
De novo o céu pintasse.

Nesse mar de azul e branco
Eu mergulhava, aquarelando
Nas tuas ondas eu surfava
E, com amor, te retocava.

Distância

Nota: A pessoa que mais quer ficar às vezes também é a que mais quer ir embora. Se ela soubesse o quanto eu quero que ela fique...

A diferença que um dia nos separou
Já não existe para nós dois.
E eu continuo me perguntando
Por que estás tão longe?

Eu gosto de cartas
Você, de refrões
Eu gosto de números
Você, decisões.

E sempre estaremos presos
Num orgulhoso vortilhão
Que te leva pra longe de mim
Por que não seguras minha mão?.

Um homem feliz tu não serás
se uma parte tua lhe faz falta
Mas a parte também sabe pensar
Eu aguardo sua volta.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Prisão

Homem caído
aos pés do que move o mundo
E quando tenta levantar
para não ser vencido
Cai de novo
indo mais fundo

Homem ferido
por olhos castanho-escuro
Para descer do muro
basta um estalo.
O inimigo foi cruel
me fez ama-lo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Poema de Amor

Nota: Dedicado à pessoa que eu sempre me apego, não importa o que aconteça.

Altas muralhas erguidas à mão
Parecem proteger algo importante
Elas protegem o seu coração
Que por medo, se isolou do restante

Você pra mim foi cachoeira
Tão rude que me tirou a pele
A verdadeira limpeza começa por dentro
Expulsando tudo que nos fere.

Me sinto na beira de uma montanha
É assim que você me faz sentir
À frente há um verde esperançoso
Atrás, rochas que nos trouxeram aqui.

Deixando dores e brigas à parte
Os outros só enxergam o que podem ver
Somente nós sabemos o que sentimos.
Somente eu sei reconstruir você.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Visita

Depois de te visitar
A melancolia me visita
Entra sem bater
E eu nem tento evitar

Depois de te tocar,
A tristeza me toca
Com braços melodiosos
Encharcado de lágrimas
e carregado de mágoas,
Tristes lembranças rápidas.

Maldito sentimento corrosivo
Que, quando engolido,
Destrói mente e coração
Fazendo tudo parecer solidão.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Quantas Perguntas!

Me perguntaram
O que gostava em mim...
Respondi que era perfeito
E não gostava de nada ainda assim.
Quando na verdade amo tudo,
Cada defeito que estiver a fim.

Me perguntaram
Se planejava futuro...
Disse logo que
O único plano que tinha
Era envelhecer um dia,
A cada dia que escorria.

Me perguntaram
A minha cor favorita...
"Como poderei saber?
Sou cego, não posso ver
Mas bem vejo que a cegueira
Está mesmo em você”
Mentira, é azul.

Me perguntaram
O que achava da vida...
Com essa pergunta, eu quase morri
De chorar, de rir, do que mais houver
Mas para lhe falar, me peguei pensando...
"Não acho nada, se curioso estiver
Pois a minha própria só está começando".

Indesejado

Nota: Dedicado a um amigo que me fez tão mal, mas tão mal, que acabou me fazendo bem.

Que lindo o dia lá fora
Mas permaneço dentro porque não sei sair.
Aqui comigo até a solidão chora
Por não ter com quem compartir.

Esperar não adianta pra mim,
O amor já é sinônimo de tristeza.
Os poucos que me deram um sim
Não ficaram para a sobremesa.

Assim criei obstáculos ao meu redor,
Paredes que nem o mais bravo escala
Para ninguém poder ver o pior:
Um retrato seu em minha sala.



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Poema da Melhora

Nota: Dedicado ao rapaz que fez eu me encontrar no meio de tantos eus.

Quando paro pra pensar no passado
Me vem um branco, só que escuro
Quisera eu saber o que sei hoje
Eu não teria pulado o muro

Mas o mais puro do sentimentos
É aquele que morre ao seu lado
Sentimentos de plástico cortam como faca
Um amor descartável te deixa decapitado

Mas hoje tudo está tão dinâmico
O novo janeiro me trouxe alegria
Respirar se tornou um prazer
De tristeza, tenho alergia

Amo quem deveria me odiar
Pois odiar sempre é uma opção
Porque o ódio vem da escuridão interior
Mas quando falamos de amor, não há exatidão.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Tão tarde

Tão tarde o sol deixará de iluminar a lua
Tão tarde a lua deixará de iluminar a noite
Que ilumina o poste que ilumina a rua
Que iluminam nossos olhos que dançam na meia-noite.

Tempo ganho*

Perder você é um dos meus maiores medos
E eu, meu amor,
não quero nem vou
te deixar ir tão cedo.

"Então me abraça forte"
Não me deixa ir nunca mais
Eu sou menino pequeno
E preciso da tua paz.

"Mas deixe as luzes acesas agora"
Pra eu te olhar sempre e ver que não vai embora.
Pra eu te tocar com meus olhos e sorriso
E te amar com tudo o que for preciso.

"Nós temos todo o tempo do mundo"
Só precisamos combater nossos medos,
Compartilhar mais segredos
e nos amar em desespero.

*Para a moça que a tempestade chega com olhos castanhos.