quinta-feira, 22 de maio de 2014

Coração Aberto

Não sofro mais por ti.
Já disse tudo que podia ser dito
e escrevi tudo que podia ser bonito
abri meu coração, e por azar
você não quis entrar.

Assim como existem dias escuros
existem noites claras
e nada melhor que versos puros
pra curar a tristeza que deixaras.

Mas agora falando sério
não pregarei um fátuo evangelho
mas é melhor que continuemos amigos
pra algo mais eu não sirvo.
Tenho meu trabalho e gente que me acompanha
quero que saibas, sem nenhuma manha
que não saberás mais de mim
porém não é um fim
porque nem começou
e hoje não procuro mais por amor.

Pela primeira vez não preciso de alguém
e hoje posso dizer: eu estou bem.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Meio (...) e Fim

Ah! moça, se tu soubesses
O cheiro daquelas rosas
Não teria as jogado
Na rua, embaixo de rodas

Ah! quarto, que me abriga
Nas noites que penso nela
Olho daqui da janela
E guardo tudo em ti

Ah! livros, com tantas marcas
De lágrimas derramadas
Deviam me odiar
Por ser assim tão cruel

Ah! calos, sob meus pés
Prometo não maltratá-los
Correndo atrás daquilo
Que nunca vou conseguir

Ah! morte, vem me pegar
Já passa da minha hora
Pois nunca hei de cumprir
Promessas lá de outrora

Agora que lá me vou
Na barca deste Inferno
Estarás sempre comigo
Pois aqui o teu fel carrego

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Poema que Eu Não Quero Que Você Leia

Dizes que está bem
Que não precisas disso
Mas teu sorriso, tão convidativo
Não me permite desistir

Não quero que saibas que morro
toda vez que falas comigo
então calado eu fico
e deixo esfriar a conversa
pra não ter nenhuma pressa
e confessar meus sentimentos
já públicos, porém ignorados
não cultivados
atrasados
passados
errados

Te dar amor
Não como nos filmes
ou como um partidor de corações
deve ser tarefa de outro.
'solto', tu deves estar feliz
Há quem diz
que o forte é o que está só
Então segues teu rumo
enquanto tristeza fumo
meio irritadiço
eu não quero que leias isso.

Já que tu só queres minha amizade
me mate sem piedade

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Tormenta de mágoas

Igualmente desnorteado
Segues tu, perdido
Dos caminhos já trilhados
Com o coração partido.

Deveras deslocado
Desloca-se da trilha
Para um mundo paralelo,
Isolado numa ilha.

Foge da realidade.
Que o mundo é assim cruel
Engana as almas boas
Usando máscaras ou alegorias
Como é da morte o véu

Transborda um mar de sentimento
Tempestua como o vento
E brada:
Eu não aguento esse tormento

E chora a narrativa de uma vida
Até que dorme sem saber que o dia
Vem logo
E cedo traz a calmaria.