sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Guerra

Bombas surgiam no chão
E silenciosamente se explodiam.
O cenário alternava entre apocalíptico e alegre.
Um melancólico tom doentio.
As cores se misturavam:
O verde do gramado
E o vermelho da destruição.

Eu corria desnorteado.

Chegando a um lugar de calmaria
Encontrei uma mulher.
Ainda tentava me recompor.

Ao seu lado eu deitava
Quando ela então me seduzia.
Eu deixava.

Percorreu meu corpo com sua boca.
- Boca vermelha sangue -
Ela estava quase louca:
Ofegava.
Como quem foge d'uma gangue.

Atacamos um ao outro:

Eu atirava balas de prazer
Ela se explodia.

Ela terremoto
E eu desequilibrado tremia.

(Cessar fogo)

Ao fim da guerra
Dois corpos no chão
Se encontravam
Em missão de paz.

O sonho se desfazia.
Aos poucos eu acordava
E te perdia.
Você da cama se levantava:

E partia.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Meu amor

Amor, pode entrar.
Só abaixa a cabeça
porque o teto é baixo
mas o que sinto é vasto
e talvez esse cresça
só de você estar aqui.

Amor, pode deitar.
Mas não tem cama
então encosta aqui no braço
que eu arrumo um espaço
te coloco um pijama
e te ponho pra dormir.

Meu amor, vamos acordar.
O dia tá lindo
Ainda mais com teu sorriso
e teus olhos de Elíseos.
Então vá se vestindo
pois temos de partir.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Poema do Amor Novo

Nota: Voltando à rotina, me pego inspirado por como essa história se desenvolveu. Amores vão e vem, mas você ficou.

Tudo é tão estranho
quando o mar está calmo
em águas de tormenta
quem não quer, inventa
e foi o que paramos de fazer

Ondas que nos arrastavam
hoje se tornaram o leito
onde nossos lábios se encontram
mesmo ambos sendo contra
a marca do amor no peito

E teus olhos movem o mundo
Olhos que um dia chorou tempestades
Mas hoje se fecha com um sorriso bobo
Com o mesmo de sempre, nada novo
Apenas com a certeza da verdade

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Delirando saudade

Aqui, na solidão desse quarto escuro
Apenas faltas se fazem presentes.
Abro a porta e a saudade entra
Me agarra e me beija um beijo carente.

O ar fica pesado e o tempo meio nublado
O coração já acelerava
E doía uma dor poética
Que cortava e cicatrizava.

Surpreso, tento me afastar
- Mas ela veio preparada -
Acendeu a luz e se mostrou:
Lingerie vermelha e rendada.

Diante daquela tentação que era a saudade
Que sem permissão alguma me atacava
Cedi á tortura e fomos pra cama.
Um sexo frio, que congelava.

Mas de repente algo esquentou.
E a saudade simplesmente evaporou.
Mas ela só de fininho saía
Porque o amor é camarada
E você, na garupa, ele trazia
.
Quando no quarto você entrou
Foi como se um lápis de cor,
Com toda a sua graça,
De novo o céu pintasse.

Nesse mar de azul e branco
Eu mergulhava, aquarelando
Nas tuas ondas eu surfava
E, com amor, te retocava.

Distância

Nota: A pessoa que mais quer ficar às vezes também é a que mais quer ir embora. Se ela soubesse o quanto eu quero que ela fique...

A diferença que um dia nos separou
Já não existe para nós dois.
E eu continuo me perguntando
Por que estás tão longe?

Eu gosto de cartas
Você, de refrões
Eu gosto de números
Você, decisões.

E sempre estaremos presos
Num orgulhoso vortilhão
Que te leva pra longe de mim
Por que não seguras minha mão?.

Um homem feliz tu não serás
se uma parte tua lhe faz falta
Mas a parte também sabe pensar
Eu aguardo sua volta.