quarta-feira, 30 de julho de 2014

30/06/2014, 23h46min

Nota: Incrível como julho passou rápido. Esqueci desta nota no meu celular, e mesmo um mês depois, me sinto como se tivesse escrito este poema hoje. 

É como dizem:
Nada dura.
Sou o que vaga por sua rua escura,
uma doença sem cura.
Um vulto solitário em um mundo de luzes
carregando suas próprias cruzes.

Um morto que respira
E enquanto o mundo gira,
ele fica pior.
Mais só.

Quem dera eu
ter pele de cobra
ter alegrias de sobra
como eles.

Limpe a morte que deixou pra trás
e esqueça os demais
porque tu és só o rapaz
que morreu e não encontra paz.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ternura

Boa Vista, 30 de março de 2014, 11:37h.

Nota: eu adoro esta foto, e não é porque são dois dos meus melhores amigos, mas mostra o quanto o amor é bom de ser admirado, e se tivermos sorte, vivido.

A noite não é tão escura
quando o dia é claro,
este tão raro
quanto o bom senso.
Penso:
O que será esse amor que ele tanto anseia?
Será eu caminhão demais pra pouca areia?

Não.

Talvez só não seja pra mim.
Procuro por um fim
em algo que não pode acabar.
Talvez a vida seja tão previsível
quanto rimas no infinitivo,
e sou só o poeta
que com o pouco se afeta
e faz de tudo pra mudar.

Mas o vigor ainda está
em andar por um lugar
e respirar ares ternurosos,
cada cochicho sorridente
mostra alegria de quem sente
a calmaria.

Só um coração partido
reconhece um inteiro,
e o amor é um caloteiro
que a gente adora esperar.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tristeza

Hoje tua dor é motivo de piada.
Risadas.
E já não podes nem contar contigo mesmo.

O café quente
é o único que preenche
tua garganta fria.
Tu és poeta e procura moradia
com tua quase extinta sanidade.
Então vagas pela cidade,
andando pelas ruas,
clamando por chuva.

Mas não adianta
gritar por amores que não são teus,
ou sonhar que um dia serás Romeu.
A solidão forte o torna,
mas poesia muda de forma
junto a boca que a declama
e assim é com quem realmente ama.

Tristeza de verdade
não tem prazo de validade,
mas sempre vence.