sábado, 9 de janeiro de 2016

Poema de Presente

Procurando, em mim, defeitos que justificassem
O não desenrolar do laço que foi apertado
Até virar nó na garganta e noite de choro.

Tolice, claro! Se laço não virou enfeite, que se dane!
Tenho a certeza de não ter nascido para ser bibelô de cozinha
E muito menos a obrigação de ser papel de presente bem bonito.

Também não estou pra ser conteúdo surpresa
E nem desencanto de criança ao rasgar casca
E descobrir engano de papai noel no Natal.

Sou produto artesanal exposto na avenida
Adesivado com etiqueta autoexplicativa!

Se quiser morrer de casa, que morra!
Eu quero ser diagnosticado com "rua"
E ser atropelado com minha arte
Bem no meio da lua.