Fui condenado à morte lenta.
Motivo: amor;
abandono;
inconsequência.
Meses um e dois, exatos,
definhando,
carne comida por ratos
nas masmorras feita dos crânios
daqueles que se entregaram.
Mas por fora, o sorriso,
a piada, risada forçada
que perdurou por dias;
até o último pedido de socorro
no sarau;
a escuridão me consumiu
e eu aceitei minha pena.
Enquanto subia os degraus
para o grande palco principal,
ouvia vozes, de longe:
"fica bem"
"vai passar"
"melhoras"
Eu, algemado na dor,
mal pensava.
Observei todos me observando
enquanto a corda descia ao meu pescoço.
O chão se abriu,
não agonizei.
Perdi os três que eu mais amava,
a morte me seria um privilégio dado.
E até hoje continuo pendurado.
E assim me despeço do Poesia de Mau Gosto. Foram mais de dois anos de minha participação no Blog, várias fases da minha vida estão em posts daqui. Então, obrigado a quem leu os meus poemas, até mais.